Embora o consumo desses dois alimentos venha diminuindo ao longo dos anos, eles continuam com presença garantida na mesa do brasileiro, apesar da diferença na frequência do consumo entre pessoas de classes de rendimento diferentes. Junto com o pão francês, a farinha de mandioca, o milho e os peixes frescos, o arroz e o feijão estão mais presentes no cardápio das pessoas com renda mais baixa do que na daqueles com faixa salarial mais alta. Já as frutas e os produtos industrializados estão mais frequentes na dieta das classes de rendimento maior.
Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares divulgada, nesta sexta-feira (21), pelo IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No estudo, realizado em parceria com o Ministério da Saúde entre 2017/2018, foram ouvidas 46.164 pessoas, com 10 anos ou mais de idade, em 20.112 domicílios.
A adição de açúcar em alimentos prontos se mantém elevada. Foi indicada por cerca de 14% dos adultos entrevistados e 12% dos adolescentes. Já a adição de sal em alimentos prontos teve média total de 85,4% de respostas, sendo ainda maior entre os adolescentes.
Outra diferença nos hábitos alimentares entre os grupos de idade indicados pela pesquisa aponta que idosos consomem com mais frequência leite, café, chá, sopas e caldos, na comparação com adolescentes e adultos. Já a salada crua está mais presente na alimentação de adultos do que no prato dos adolescentes.
Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, o consumo de ultraprocessados, como salgadinhos, salsicha e refrigerantes, foi maior entre os mais jovens. Esse quadro se verifica apesar de o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, desaconselhar o consumo desse tipo de alimentos.
A pesquisa também apontou queda no consumo de alimentos fora de casa. Essa parcela caiu de cerca de 40% em 2008/2009 para 36,5% nos anos de 2017/2018. O Centro-Oeste foi a região do país com maior índice de brasileiros que costumam comer fora de casa, quase 50%. Já a maior redução foi encontrada na Região Norte, com 30,5%.
A pesquisa também registrou queda no consumo de cerveja entre os brasileiros. No entanto, de acordo com os dados apresentado pelo IBGE, o consumo da bebida ainda é maior entre os homens do que entre as mulheres.