Durante reunião entre as secretarias de Cultura (Secult) e Planejamento, Gestão e Transparência (Seplan), da Prefeitura de Campina Grande, foi iniciado o processo de lançamento de um apanhado de textos literários do paraibano Félix Araújo. O livro Obra Poética será lançado pelo novo Selo Literário Lourdes Ramalho, iniciativa da Secult em parceria com a Editora da Universidade Estadual da Paraíba (Eduepb).
Editar ou reeditar autores que falem ou sejam da cidade é o objetivo do Selo. O livro pode ficar pronto até julho deste ano, mês em que o então político morreu em Campina.
Participaram da reunião, Félix Araújo Filho e o secretário de Planejamento, Félix Araújo Neto, a assessora da Secult, Valdívia Costa, e o editor Cidoval Morais, da Eduepb. O Centenário de Félix é comemorado este ano também por Cabaceiras, cidade natal do poeta. A Secult de Campina preparou mais duas ações culturais para apresentar ao longo do ano, além do lançamento do livro.
Para a secretária de Cultura, Giseli Sampaio, o livro é de suma importância para a cultura e a história do município. “O prefeito Bruno Cunha Lima nos solicitou a criação de um selo e, como um leitor e admirador desses autores, já nos passou uma lista de alguns títulos. Félix Araújo é um deles, o primeiro, o que expõe a poética da década de 1940 de um dos maiores oradores desta cidade, além de político e poeta. Outros livros virão a partir deste selo”, disse.
Já o secretário Félix Neto passou os arquivos do livro ao editor Cidoval. Obra Poética – Félix Araújo reunirá poesias desse período, muitas lançadas nos livros Tamar, Poemas Soltos e Caderno de Crônicas. “Estamos com estes arquivos a alguns anos, escolhendo um bom momento para um lançamento das poesias de Félix Araújo. É uma honra para nós da família vermos a obra poética reapresentada a Campina e acessível ao mundo”, falou.
Como um dos principais colaboradores de todas as ações do Centenário, Félix Filho elogiou a criação do selo e enfatizou que o prefácio do livro de poesias do pai foi escrito a poucos anos. “Este prefácio nos foi presenteado em 2014 pelo escritor, jornalista e historiador Josué Sylveste. Uma mente brilhante que historicizou outro grande intelecto, que foi Félix Araújo. Este texto é primoroso e nos enche de orgulho e afeto pelo nosso antepassado”, comentou.
Félix Araújo – Personalidade paraibana que escreveu uma história forte, ligada à cultura e à política local. Félix de Souza Araújo foi o primeiro de uma família de intelectuais. Nasceu na cidade de Cabaceiras, no Cariri, em 22 de dezembro de 1922. Se instalou em Campina, onde estudou e foi vereador, mas era um poeta e um elogiado orador.
Ocupou outras funções em Campina e foi aluno da Faculdade de Direito do Recife em 1949, orador de sua turma. Ainda como vereador, foi assassinado por razões políticas pouco antes de concluir a faculdade, em 27 de julho de 1953. Segundo Evaldo Gonçalves, possuía um “talento verbal, extraordinária capacidade de aprender, voracidade intelectual e trato de cavalheiro”.
Lourdes Ramalho – Escritora, dramaturga, cordelista e pedagoga, Maria de Lourdes Nunes Ramalho nasceu em 23 de agosto de 1920 na cidade de Jardim do Seridó (RN). Aos 15 anos mudou-se para Santa Luzia (PB) e em 1958 fixou residência em Campina Grande (PB). Autora de mais de 200 textos teatrais, alguns ainda inéditos, possui muitas homenagens, indicações e premiações, inclusive internacionais em países como Portugal e Espanha. Morreu em 7 de setembro de 2019 e agora recebe mais esta comenda, de um selo literário em seu nome.