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Foto: Alan Ferreira

Cartunista Fred Ozanan integra hall dos artistas que homenageiam os 100 anos do rádio

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CENTENÁRIO DO RÁDIO HOMENAGEIA O CENTENÁRIO DA SEMANA DE ARTE MODERNA

E o que o rádio tem a ver com a Semana de Arte Moderna de 22? Além do centenário, o marco comunicacional. Tanto a arte e a informação, geradores de entretenimento, chegavam cada vez mais longe e a um número maior de admiradores. O rádio estabelecia uma nova forma de comunicação: mais ágil e além-fronteiras; e a Semana de Arte Moderna rompia barreiras defendendo as mais populares formas de expressão cultural como arte a serem apreciadas. Dois marcos simbólicos de uma nação que se consolidada independente ansiosa de sua construção sociocultural. Por esta razão a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) resolveu unir a celebração dos dois centenários.

Para ilustrar a ação a entidade distribuiu diversos rádios estilo Capelinha, bem comuns nos anos 40 (Era de Ouro do Rádio), para as afiliadas estaduais. Cada Unidade da Federação escolherá, por voto popular, dentre as três peças recebidas, uma obra que irá representar seu estado. Ao todo, 27 peças artísticas estarão expostas em Brasília, no 29º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, que acontece em novembro, quando a ABERT completa 60 anos.

O cartunista Fred Ozanan, de Campina Grande, é um dos três artistas paraibanos convidados pela Associação das Emissoras de Rádio e Televisão da Paraíba (ASSERP) para contribuir com a construção artística de uma das unidades dos rádios entregues na Paraíba.

(Fred Ozanan apresentando o projeto do Rádio Capela à presidente da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão da Paraíba (Asserp), Marilena Motta. Foto: Alan Ferreira)

Fred Ozanan se diz honrado pelo convite principalmente por ser um assíduo ouvinte de rádio, fiel companheiro ao longo de toda a sua carreira, marcada pela informação e diversão. Quanto ao que está desenvolvendo, preferiu não adiantar maiores detalhes por se tratar de uma mostra competitiva em que o elemento surpresa termina por motivar o público pela expectativa e curiosidade, acrescentando apenas que o processo de criação procurou valorizar a expansão da radiofonia de canto a canto do estado da Paraíba, com particularidades que nos identificam como parte integrantes dessa evolução.

Agora é esperar a conclusão de todos os trabalhos dos rádios produzidos pelos artistas paraibanos e aguardar o início da votação popular que vai escolher o rádio Capelinha que vai representar a Paraíba na competição nacional.

100 ANOS DO RÁDIO

Eram os idos de 7 de setembro de 1922. O Rio de Janeiro, então Capital Federal, realizava a Exposição Internacional direto da Praia Vermelha. Empresas do mundo inteiro vieram apresentar seus produtos para uma nação que se consolidava com 100 anos de Independência.

Para a ocasião, os cientistas Edgard Roquette-Pinto, Henrique Morize e outros integrantes da Academia Brasileira de Ciências, resolveram fazer a primeira transmissão radiofônica em solo brasileiro. Para tal conseguiram que a Westinghouse Electric Corporation instalasse um transmissor no alto do Corcovado com a capacidade de 500 W e um outro instalado pela Western Electric, no local da exposição. O sinal do Corcovado chegou a ser captado a 2.000 km de distância, em Bernal, província de Buenos Aires. A intenção das empresas era ganhar o mercado local, algo que aconteceria meses após a experiência inicial com equipamentos instalados no Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Ceará respectivamente.

Na oportunidade do Centenário da Independência foram apresentados o discurso do então presidente brasileiro, o paraibano Epitácio Pessoa, e um trecho da opera “O Guarani” de Carlos Gomes, que se apresentava ali perto no Teatro Municipal. Como se tratava de uma inovação completa a ação despertou pouco interesse do público presente, algo que deixou o ‘pai do rádio no Brasil’ Roquette-Pinto desapontado, como consta o registro de um entrevista do cientista à BBC, em 1988: “É que, durante a Exposição do Centenário da Independência, em 1922, muito pouca gente se interessou pelas demonstrações experimentais de radiotelefonia então realizadas pelas companhias norte-americanas Westinghouse, na estação do Corcovado, e Western Electric, na Praia Vermelha. […]. Creio que a causa desse desinteresse foram os alto-falantes instalados na exposição. Ouvindo discurso e música reproduzidos no meio de um barulho infernal, tudo distorcido, arranhando os ouvidos, era uma curiosidade sem maiores consequências.”

100 anos se passaram e o rádio atravessou o tempo se adaptando às novas tecnologias que sugiram neste período. Hoje ele permanece firme e ainda mais presente no dia-a-dia dos brasileiros entretendo e informando com agilidade e credibilidade. O estudo Inside Radio 2021, da Kantar Ibope Media, revelou que o consumo diário de rádio é uma realidade para 80% dos cidadãos e que 71% ainda ouve o veículo em casa com números crescentes para quem liga o aparelho no carro e no trabalho. Outro dado que coloca o rádio na vanguarda das adaptações necessárias é que o número de ouvintes que se conectam com o meio pela Internet cresceu 181% só no último ano.

 

Fonte: Alan Ferreira

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