O mês de setembro marca a luta pelo combate ao suicídio em todo o país e um estudo realizado pelo Ministério da Saúde identificou que a presença de um Centro de Atenção Psicossocial em uma cidade reduz em 14% o índice de cometimento de suicídio. Esse estudo foi utilizado para nortear uma política pública de consolidação dos Caps. Em Campina Grande, a rede de saúde mental é uma das mais equipadas do Nordeste. Existem 16 serviços específicos e 7 mil pessoas são atendidas por ano na cidade.
São 8 Centros de Atenção Psicossocial. O Caps AD atende pessoas que sofrem com o vício do álcool e outras drogas. O Caps ADJ atende crianças e jovens nesta situação. O Caps Intervenção Precoce e o Caps I oferecem serviço de acompanhamento psicológico para crianças e adolescentes que sofrem problemas psíquicos. Ainda tem o Caps II e os Centros dos distritos de São José da Mata e Galante. O Caps III foi implantado nessa gestão e recebe os casos mais severos. O serviço foi habilitado pelo Ministério da Saúde.
Éder Ferreira é atendido no Caps AD há nove anos. “Eu cheguei no fundo do poço, mas o Caps me ajudou a superar meus problemas. Se não fosse o trabalho do Caps, talvez eu já estivesse morto”, relata. Luciano Ribeiro teve problemas psiquiátricos e passou a ser acompanhado no Caps III. “Hoje eu sou outra pessoa, eu era bastante depressivo e hoje faço parte dessa família que é o Caps”, declara.
Os Caps oferecem tratamento de médicos e psicólogos, além de medicação, alimentação e atividades de interação social e artes. Também existe um Centro de Convivência onde essas pessoas participam de diversas atividades de forma integrada. Os pacientes também fazem atividades em meio à sociedade, como festa junina, passeio em shoppings e parques.
Além dos Caps, existem seis residências terapêuticas que abrigam integralmente homens e mulheres com problemas psicológicos que perderam o vínculo com a família. Outro serviço essencial para essas pessoas são os leitos de emergência psiquiátrica do Hospital Municipal Doutor Edgley Maciel, que atende os pacientes dentro de um hospital geral, extinguindo os antigos manicômios e cuidando da saúde do paciente com problemas mentais de forma completa. Esse modelo é único na Paraíba e um dos poucos do país.
O antigo manicômio João Ribeiro deu espaço ao Parque da Liberdade em alusão à política pública de saúde que trata esses pacientes de forma integrada à sociedade, onde as pessoas acompanhadas na rede participam, rotineiramente, de atividades lúdicas. “A assistência a essas pessoas influi positivamente na qualidade de vida e distancia cada vez mais das manifestações mais severas provocadas por essas doenças”, avalia a psicóloga e coordenadora da rede de saúde mental do município, Elizabeth Ludgério.