Na última quarta-feira (26), completou seis meses a confirmação do primeiro caso de coronavírus no país. Um empresário que mora em São Paulo tinha acabado de chegar da Itália, passou mal e foi até um hospital privado e teve o diagnóstico confirmado. O coordenador executivo do centro de contingência João Gabbardo, que era secretário executivo do ministério da saúde, lembrou dos números da pandemia naquele dia.
De lá para cá, a China registrou até agora 4 mil 634 mortes por Covid-19 enquanto o Brasil se tornou o epicentro da pandemia. E exatamente nessa quarta-feira o país ultrapassou os Estados Unidos em número de mortes por 100 mil habitantes, passando a liderar o ranking das vítimas do coronavírus no mundo. Segundo a universidade Johns Hopkins, o Brasil passou a registrar 55 mortes por 100 mil habitantes e os Estados Unidos 54. Em números absolutos são mais de 117 mil brasileiros que morreram vítimas da pandemia em 6 meses.
Mas não são só números. Foi um porteiro, Manoel Messias Freitas Filho, de 62 anos, o primeiro brasileiro a morrer com coronavírus no Brasil, no dia 16 de março, também em São Paulo. O pai e a mãe de Manoel não puderam participar do sepultamento por serem do grupo de risco e o velório foi rápido e restrito à família. O que virou regra em todas as despedidas, não só de quem morreu com a Covid-19.
Em seis meses essa não foi a única mudança na vida das pessoas. O home office passou a ser realidade para os profissionais que têm condições de fazer trabalho à distância. Já os serviços de entrega representam um setor da economia que cresceu mais de 30% enquanto o desemprego aumentou 20% atingindo 13% da população economicamente ativa.